sexta-feira, 16 de novembro de 2012

ALEMANHA "EMPURRA" A EUROPA PARA O SOLAR FOTOVOLTAICO?



Na sequência do acidente nuclear de Fukushima em 2011, parte dos países da Europa decidiu rever os seus programas nucleares. A Alemanha anunciou algumas semanas após o acidente o encerramento das suas centrais nucleares até 2020 e, paralelamente, uma “investida” no domínio das energias renováveis para substituir a produção de eletricidade pela via nuclear.
Recentemente vieram a público notícias de um enorme mal estar no país de Merkel pelos aumentos previstos nas tarifas de energia elétrica que rondarão, até final do ano, os 20% relativamente a 2011. Por essa altura recordo-me do presidente da gigante farmacêutica e química Bayer, Mrijn Dekkers, ter ameaçado que sairia da Alemanha deixando no desemprego 40 mil pessoas caso os custos da energia elétrica se tornassem incomportáveis (ver aqui a notícia). No entanto a política de transição do nuclear para a eólica e solar (com maior expressão) continuou apesar deste aviso e de outros que se seguiram.
Convém recordar que o germânicos são os mentores do modelo FIT (feed-in tarifs) que garante, como forma de incentivo ao investimento dos produtores, uma tarifa paga à produção bastante superior ao preço de mercado bem como lhes garante a injeção na rede elétrica de toda a energia produzida anulando o risco de investimento. Aliás esse modelo foi também adotado por Portugal com as consequências conhecidas. É que a economia portuguesa não é propriamente a alemã.
Hoje tomei conhecimento do PV GRID, um megaprojeto europeu para promover a integração em grande escala da energia fotovoltaica nas redes de distribuição de eletricidade, em que Portugal participa através da Associação Portuguesa de Empresas do Setor Fotovoltaico (APESF). De acordo com o sítio do projeto, o  PV GRID pretende contribuir para a superação de desafios reguladores e  normativos, ligados  à integração de uma maior quota de energia fotovoltaica no sistema de distribuição europeu.
Curioso mesmo é que o projeto será coordenado pela German Solar Industry Association (BSW-Solar) e nele estão, entre outros, Portugal e a Grécia. Não me admira nada que os “amigos” germânicos estejam a aliciar estes países a entrar na onda do solar fotovoltaico de forma a desenvolver – entenda-se, vender – a industria solar alemã em franco crescimento.

PS: Sugiro a leitura deste artigo: “Germany charges ahead as solar power booms.”




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