
Recentemente vieram a público notícias de um enorme mal estar no país
de Merkel pelos aumentos previstos nas tarifas de energia elétrica que
rondarão, até final do ano, os 20% relativamente a 2011. Por essa altura
recordo-me do presidente da gigante farmacêutica e química Bayer, Mrijn
Dekkers, ter ameaçado que sairia da Alemanha deixando no desemprego 40 mil
pessoas caso os custos da energia elétrica se tornassem incomportáveis (ver aqui a notícia). No entanto
a política de transição do nuclear para a eólica e solar (com maior expressão)
continuou apesar deste aviso e de outros que se seguiram.
Convém recordar que o germânicos são os mentores do modelo FIT (feed-in tarifs) que garante, como forma
de incentivo ao investimento dos produtores, uma tarifa paga à produção
bastante superior ao preço de mercado bem como lhes garante a injeção na rede
elétrica de toda a energia produzida anulando o risco de investimento. Aliás esse
modelo foi também adotado por Portugal com as consequências conhecidas. É que a
economia portuguesa não é propriamente a alemã.
Hoje tomei conhecimento do PV GRID, um megaprojeto europeu para
promover a integração em grande escala da energia fotovoltaica nas redes de
distribuição de eletricidade, em que Portugal participa através da Associação
Portuguesa de Empresas do Setor Fotovoltaico (APESF). De acordo com o sítio do
projeto, o PV GRID pretende contribuir
para a superação de desafios reguladores e
normativos, ligados à integração
de uma maior quota de energia fotovoltaica no sistema de distribuição europeu.
Curioso mesmo é que o projeto
será coordenado pela German Solar Industry Association (BSW-Solar) e nele estão,
entre outros, Portugal e a Grécia. Não me admira nada que os “amigos”
germânicos estejam a aliciar estes países a entrar na onda do solar
fotovoltaico de forma a desenvolver – entenda-se, vender – a industria solar
alemã em franco crescimento.
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