domingo, 28 de outubro de 2012

DRILL, BABY, DRILL!


Tornou-se célebre a frase do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, sobre as janelas dos aviões: "Quando há um fogo(...) não se consegue obter oxigénio porque não abrem. Não sei porque é que elas não abrem. É um verdadeiro problema". Esta afirmação correu o mundo e demonstra que o ser humano não pode "perceber" de tudo. Há, todavia, questões que são quase do senso comum, como esta das janelas dos aviões, que qualquer jovem em idade escolar já aprendeu na física. 
Outro assunto "quente" da campanha às presidenciais americanas entre Romney e o democrata Obama tem sido, como não poderia deixar de ser, o tema da energia, um dos setores de maior importância nos estados unidos, onde o petróleo é rei e senhor. Os americanos são o terceiro maior produtor e o maior importador de crude do mundo. A seguir ao petróleo, o gás natural e o carvão assumem-se como a segundas fonte energéticas praticamente com pesos idênticos no mix energético primário. Apesar dos significativos progressos americanos no domínio das energias renováveis para produção de eletricidade a economia estadunidense ainda é alimentada (e será nos próximos anos) por energia fóssil. 
Umas das apostas da administração Obama no seu primeiro mandato presidencial foi a mobilidade elétrica através de subsídios à industria para que esta se (re)afirmasse a médio prazo no setor automóvel mundial. Algo que parece convictamente condenado ao abandono por Romney. Aliás o candidato republicano afirmou mesmo que "as energias alternativas como o vento e o sol são muito boas mas, infelizmente, não se pode guiar um carro com um moinho em cima." Mais do que uma gafe esta afirmação representa a preferência assumida por Romney pelas energias fósseis.
Apesar de a administração Obama não estar isenta de sinais de apoio à industria fóssil - aumentou as licenças de perfuração no mar e assiste impávido à polémica que envolve a técnica de fracionamento hidráulico (fracking) cujas consequências ambientais ainda estão por conhecer - a sua estratégia parece mais equilibrada direcionando a sua política no sentido de garantir uma transição da base energética americana para um mix sustentável que garanta segurança no abastecimento com menor impacto ambiental e a custos suportáveis pela sua economia.
Resumidamente, quer um quer outro candidato sabem que a transição do sistema energético de uma nação não se faz de um dia para o outro, tem que ser realizado de forma equilibrada e sustentável. Porque a economia não pára e do outro lado estão os gigantes que ameaçam ultrapassar os estados unidos como maior potência mundial.
Seja quem for o vencedor parece que o famoso conceito republicano das eleições de 2008, "drill, baby, drill" vai continuar por terras americanas. Os desafios económicos assim determinam.


Sugestão de leitura:
 http://www.voanews.com/content/obama-romney-differ-on-energy-policy/1534582.html

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