Eis uma questão à qual a maioria dos leitores não consegue responder. A
eletricidade é, talvez, a forma de energia mais fascinante descoberta até hoje
pelo Homem. O seu domínio ao nível da produção, utilização e aplicação traçou o
destino da humanidade nas mais variadas áreas. Lazer, educação, saúde, investigação,
ciências, telecomunicações, transportes, conforto, um número extraordinário de utilizações
e aplicações faz da energia elétrica o “motor” do planeta. Hoje seria
inconcebível um mundo sem esta forma de energia. Se tentarmos contar as vezes
que ao longo do dia estamos em contacto com a eletricidade, chegaríamos
facilmente às largas dezenas ou mesmo centenas. Se pensarmos um pouco,
apercebemo-nos espontaneamente da enorme lista de equipamentos que diariamente
utilizamos, em casa ou no trabalho, e para cujo funcionamento a energia elétrica
é indispensável. Assim, seria natural que a consciência dos riscos da utilização
da energia elétrica estivesse, também, sempre presente. A realidade parece não
ser assim e a segurança elétrica é um conceito ainda pouco enraizado nos
portugueses. Embora para muitos de nós não seja óbvio, é comum a instalação elétrica
das habitações portuguesas estar dezenas de anos sem qualquer intervenção,
ainda que os edifícios tenham sido alvo de remodelação.
A eletricidade é um bem precioso mas também perigoso! E a sua
utilização comporta riscos. Curto-circuitos, choques elétricos ou incêndios são
apenas alguns problemas associados a uma instalação elétrica que não cumpra
todas as regras de segurança, pelo que esta deve ser uma questão central nas
casas de todos nós.
Estima-se que 3,9 milhões de casas em todo o território português,
construídas antes de 2006, tenham as suas instalações elétricas desatualizadas
e potencialmente em situação de risco. Nesse ano entrou em vigor nova
legislação que veio adaptar o anterior regulamento às novas exigências
decorrentes da natural evolução dos perfis de utilização, frutos da evolução
tecnológica e da massificação da utilização de equipamentos com maior exigência
ao nível da segurança e do consumo. O que se verifica é que as instalações
existentes não foram, na generalidade, alvo dessa adaptação mantendo-se inalteradas.
Por outro lado, estatísticas internacionais indicam que aproximadamente 90% dos
incêndios têm origem elétrica: nos equipamentos instalados, em curto-circuitos
ou sobreaquecimento da instalação, por exemplo. Muitos destes acidentes acarretam
avultados danos pessoais, materiais e financeiros que poderiam ser minimizados
se a instalação elétrica cumprisse as mais recentes normas de segurança como
instrumento fundamental para prevenir riscos, quer os relativos à segurança
individual quer os associados à própria instalação e aos bens nela existentes.
Paralelamente, uma instalação deficiente acarreta problemas ao nível
da eficiência podendo ocorrer desperdícios consideráveis e perfeitamente
evitáveis.
A intervenção periódica qualificada numa instalação elétrica é, pois,
determinante para a nossa segurança, conforto e, simultaneamente, potencia a
eliminação de perdas energéticas que inflacionam a fatura elétrica. E poderemos
fazê-lo a um reduzido custo, pelo menos quando comparado com o que resultará de
uma intervenção na sequência de acidentes que podem resultar em danos
irrecuperáveis como a perda de vidas humanas.
Pense em contatar um técnico qualificado para uma revisão/manutenção
da sua instalação elétrica. Se o faz com o seu carro, com o esquentador ou até
mesmo com a sua saúde, porque não fazê-lo com algo que lhe pode tirar tudo
isso?
Mais vale prevenir…
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