O mapa
energético mundial tende a alterar-se radicalmente nas próximas duas décadas,
com os Estados Unidos a tornarem-se no maior produtor global de petróleo,
segundo a mais recente avaliação da Agência Internacional de Energia. No seu
relatório World Energy Outlook 2012, a agência prevê ainda que os combustíveis
fósseis vão continuar a ser a principal fonte de energia no mundo e que a Terra
encaminha-se assim para um aumento de 3,6 graus Celsius na sua temperatura
média a longo prazo. A principal transformação salientada pela Agência
Internacional de Energia (AIE) vem do desenvolvimento extraordinário da
exploração de hidrocarbonetos não-convencionais na América do Norte – como o
gás e o petróleo extraídos de formações rochosas pouco porosas (o “shale gas” e
o “tight oil”) nos Estados Unidos, ou as areias betuminosas no Canadá. Estas
areias são uma mistura de alta viscosidade, cor escura e facilmente inflamável,
composta por hidrocarbonetos. Na província canadiana de Alberta situam-se
aquelas que são consideradas as segundas maiores reservas mundiais de areias
betuminosas.



A sua exploração para produção de petróleo é altamente controversa
devido à forte pegada ecológica que produzem. A quantidade exorbitante de
energia necessária ao aquecimento destas areias para extração do petróleo é uma
das desvantagens do aproveitamento deste recurso.
Entretanto,
a nipónica Toshiba está a construir um pequeno reator nuclear que se espera
pronto a funcionar daqui a 7 anos para produzir energia (calor) permanente, abundante, a baixo custo e
sem emissões poluentes para alimentar o processo de tratamento das areias de
Alberta. Este reator de pequena dimensão (produz 1 a 5 por cento de uma central
nuclear convencional) depois de devidamente aprovado pelas autoridades
americanas e canadianas entrará ao serviço e não precisará de ser abastecido
durante 30 anos!
Aliás são
cada vez mais os reatores de baixa/média potência indicados para zonas isoladas
e remotas.
Após o
acidente de Fukushima em 2011 e apesar da esquizofrénica febre anti-nuclear um
pouco por todo o mundo, a energia termonuclear não está morta, longe disso. Os
próprios japoneses depois de terem anunciado o abandono gradual do seu programa
nuclear já voltaram atrás perante as evidencias da sua importância no mix energético do país. A Alemanha, outra recente anti-nuclear, vai demorar mas acabará por ceder à importância
da energia atómica num sistema energético sustentável.
Com as
centrais de 4ª geração a caminho e com as boas notícias vindas de França e
Koreia no domínio da fusão nuclear, de que falarei noutro post, a energia
atómica está aí com promessas de um novo fôlego.
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