sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O NUCLEAR AJUDA O PETRÓLEO NÃO CONVENCIONAL

O mapa energético mundial tende a alterar-se radicalmente nas próximas duas décadas, com os Estados Unidos a tornarem-se no maior produtor global de petróleo, segundo a mais recente avaliação da Agência Internacional de Energia. No seu relatório World Energy Outlook 2012, a agência prevê ainda que os combustíveis fósseis vão continuar a ser a principal fonte de energia no mundo e que a Terra encaminha-se assim para um aumento de 3,6 graus Celsius na sua temperatura média a longo prazo. A principal transformação salientada pela Agência Internacional de Energia (AIE) vem do desenvolvimento extraordinário da exploração de hidrocarbonetos não-convencionais na América do Norte – como o gás e o petróleo extraídos de formações rochosas pouco porosas (o “shale gas” e o “tight oil”) nos Estados Unidos, ou as areias betuminosas no Canadá. Estas areias são uma mistura de alta viscosidade, cor escura e facilmente inflamável, composta por hidrocarbonetos. Na província canadiana de Alberta situam-se aquelas que são consideradas as segundas maiores reservas mundiais de areias betuminosas. 




A sua exploração para produção de petróleo é altamente controversa devido à forte pegada ecológica que produzem. A quantidade exorbitante de energia necessária ao aquecimento destas areias para extração do petróleo é uma das desvantagens do aproveitamento deste recurso.
Entretanto, a nipónica Toshiba está a construir um pequeno reator nuclear que se espera pronto a funcionar daqui a 7 anos para produzir energia (calor) permanente, abundante, a baixo custo e sem emissões poluentes para alimentar o processo de tratamento das areias de Alberta. Este reator de pequena dimensão (produz 1 a 5 por cento de uma central nuclear convencional) depois de devidamente aprovado pelas autoridades americanas e canadianas entrará ao serviço e não precisará de ser abastecido durante 30 anos!
Aliás são cada vez mais os reatores de baixa/média potência indicados para zonas isoladas e remotas.
Após o acidente de Fukushima em 2011 e apesar da esquizofrénica febre anti-nuclear um pouco por todo o mundo, a energia termonuclear não está morta, longe disso. Os próprios japoneses depois de terem anunciado o abandono gradual do seu programa nuclear já voltaram atrás perante as evidencias da sua importância no mix energético do país. A Alemanha, outra recente anti-nuclear, vai demorar mas acabará por ceder à importância da energia atómica num sistema energético sustentável.
Com as centrais de 4ª geração a caminho e com as boas notícias vindas de França e Koreia no domínio da fusão nuclear, de que falarei noutro post, a energia atómica está aí com promessas de um novo fôlego.

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