O conhecido
ecologista e naturalista britânico Sir David Frederick Attenborough, famoso
pelos seus programas televisivos sobre a vida na Terra emitidos pela BBC, deu
recentemente uma entrevista onde afirmou que “os humanos são uma praga na Terra”!
Attenborough, diz que a natureza vai virar-se contra nós caso não se controle o
aumento da população. “Os humanos estão a ameaçar a sua própria existência,
assim como de todas as outras espécies, ao usarem todos os recursos do planeta.”,
afirmou na entrevista. Disse ainda que “temos que limitar o crescimento da
população ou a própria natureza encarregar-se-á de o fazer”.
O limite que
define a sobrepopulação dificilmente será calculado com mínima precisão ou
aceitabilidade. Ninguém sabe, afinal nem ao certo, quantos humanos suporta o
planeta. A dita sobrepopulação(?) causa problemas de poluição local ou regional
e pressões de ecossistemas. Já a questão da falta de recursos parece-me duvidosa.
Será mais uma questão de desequilíbrio no acesso a esses recursos.
Há cerca de
200 anos o também inglês Thomas Malthus defendia a relação desequilibrada entre
população e recursos naturais. Na sua obra “An Essay on the Principle of Population”, que teve seis revisões a última amplamente citada por outro "guru" da evolução humana e das espécies, Charles Darwin, Malthus contestou a visão de uma sociedade perfeita e próspera
na Europa do século XVIII afirmando que o poder do Homem sobre a natureza é
infinitamente maior do que a capacidade da Terra em prover a sua subsistência. Os
receios de Malthus vieram a mostrar-se pouco realistas com o advento da
revolução industrial que trouxe ao Homem uma produtividade que baralhou as
contas dos seguidores de Malthus. Atualmente a humanidade é capaz de satisfazer
as suas necessidades básicas .
Mas afinal
como controlar a população humana? Até onde podemos e devemos ir? Qual o tal
número que determina a sustentabilidade da pressão humana sobre o planeta
Terra?
Uma forma de
controlar a população humana é através de abrangentes programas de controlo da
natalidade. Outra é mantendo uma parte do mundo pobre, com défice de cuidados
básicos de saúde e/ou deficiente alimentação como parece defender Attenborough.
E se virmos
este problema de outro ângulo? E se permitíssemos aos países e regiões mais
pobres do mundo que vivessem a sua própria revolução industrial? E se lhes permitíssemos
o acesso a eletricidade e energia abundante (de acordo com a ONU, 1300 milhões
de pessoas não têm acesso a eletricidade), trazendo-lhes melhores qualidades
básicas de vida, mais desenvolvimento e tecnologia, mais “humanidade” ao fim e
ao cabo? Provavelmente aconteceria o mesmo que acontece atualmente na Europa e
América do Norte com o crescimento demográfico a regredir.
Nivelar a
sustentabilidade por baixo, reduzindo o nível de vida do planeta não me parece
a opção mais correta. Deixem os países mais pobres percorrerem o caminho que o
Ocidente já percorreu. O ambientalismo tem vindo progressivamente a
aproximar-se de um "radicalismo anti-humano" perigoso e esse sim, uma
verdadeira praga!
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